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Linguagem em Questão | Deco Duarte

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2022 – 2ª aplicação – azul – questão 36

Trechos do discurso de Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição em 1988

     Senhoras e senhores constituintes.

     Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.

     Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa.

     A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.

     A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.

     Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.

     Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência e a inépcia.

     O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.

     Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.

     Termino com as palavras com que comecei esta fala.

     A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança.

     Que a promulgação seja o nosso grito.

     Mudar para vencer. Muda, Brasil!

Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30 out. 2021.

O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se, respectivamente, nos trechos:

A) “São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.” e “A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança”.

B) “Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.” e “A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes”.

C) “Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.” e “Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los”.

D) “O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.” e “Termino com as palavras com que comecei esta fala”.

E) “Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.” e “Que a promulgação seja o nosso grito”.

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B

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