Linguagem em Questão | Deco Duarte

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2019 – 2º semestre – questão 8

     De algum tempo para cá, a parte da sociedade que mora em favelas e bairros pobres é qualificada como “excluída”. Ou seja, os moradores da Rocinha e do Vidigal, por exemplo, não vivem ali porque não dispõem de recursos para morar em Ipanema ou Leblon, e sim porque foram excluídos da comunidade dos ricos. E eu, com minha mania de fazer perguntas desagradáveis, indago: mas alguma vez aquele pessoal da Rocinha morou nos bairros de classe média alta e dos milionários? Afora um ou outro que possa ter se arruinado socialmente ou que tenha optado por residir ali, todos os demais foram levados a isso por sua condição econômica ou porque ali nasceram. Então por que considerá-los “excluídos’, se nunca estiveram “incluídos”?
    No meu pouco entendimento, excluído é quem pertenceu a uma entidade ou a comunidade e dela foi expulso ou impedido de nela continuar. Quem nunca pertenceu às classes remediadas ou abastadas não pode ter sido excluído delas. […]. Eles não foram excluídos simplesmente porque jamais estiveram incluídos entre os mais ou menos privilegiados.
    Por que, então, cientistas políticos, sociólogos e jornalistas, entre outros, falam de exclusão social? Por ignorância não será, já que todos eles estão a par do que, bem ou mal, tentei demonstrar aqui. Creio que, consciente ou inconscientemente, procura-se levar a sociedade a pensar que a desigualdade social não é consequência de fatores objetivos, do sistema econômico, mas, sim, resultado da deliberação de pessoas cruéis que empurram os mais fracos para fora da sociedade e os condenam à miséria.
      Em vez de admitir que esse sistema, por visar acima de tudo ao lucro e ser, por definição, concentrador da riqueza, é que dificulta, ainda que não impeça, a ascensão dos mais pobres, procura-se fazer crer que a desigualdade é fruto de decisões pessoais. Ignora-se que, no sistema capitalista, quem não tem emprego também está incluído nele, como exército de reserva de mão de obra, com a função de pressionar o trabalhador e limitar-lhe as reivindicações. A eliminação da miséria beneficia o sistema, pois amplia o mercado consumidor. O empresário pode ser, como você ou eu, bom ou mau, generoso ou sovina, mas, como disse Marx, “o capital governa o capitalista”. O problema está no sistema, não nas pessoas. 

GULLAR, Ferreira. Exclusão social, o que é isso? Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: mai. 2019.

A análise dos recursos linguísticos usados no texto permite afirmar corretamente que
A) o conector “por”, em “todos os demais foram levados a isso por sua condição econômica”, introduz, no contexto frásico, a
ideia de causa, da mesma forma que o operador argumentativo “se”, em “Então por que considerá-los ‘excluídos’, se nunca
estiveram ‘incluídos’?”.
B) os vocábulos “incluídos”, em “porque jamais estiveram incluídos”, e “políticos”, em “Por que, então, cientistas, políticos”, são acentuadas pela mesma razão.
C) a partícula “os”, em “que empurram os mais fracos para fora da sociedade e os condenam à miséria.”, nas duas ocorrências, possui o mesmo valor morfossintático.
D) os termos regidos de preposição “dos mais pobres”, em “dificulta, ainda que não impeça, a ascensão dos mais pobres”, e
“da miséria”, em “A eliminação da miséria beneficia o sistema”, exercem a mesma função sintática.
E) a palavra “como”, em “quem não tem emprego também está incluído nele, como exército de reserva de mão de obra”, e
em “O empresário pode ser, como você ou eu, bom ou mau”, além de pertencer à mesma classe de palavras, expressa a
mesma ideia.

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