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Pode um idioma considerado extinto e pouco documentado ser novamente parte ativa do patrimônio linguístico?
A melhor maneira de saber como ocorre uma revitalização linguística é examinando um marco na luta indígena: a recuperação da língua pataxó. Eni Orlandi, da Universidade Estadual de Campinas, esteve na equipe que coletou e analisou evidências linguísticas que ajudaram a reconstituir a variante do pataxó falada mais ao norte da região de Porto Seguro (BA), a hãhãhãe.
“Os pataxós viveram perseguições e movimentos de dispersão. A partir dos anos 1980, entretanto, conseguiram criar um espaço em que reivindicaram seu direito ao território tradicional que haviam perdido. Outras perdas acompanharam essa. Entre os bens perdidos, estava a língua. A posse da língua significa para eles o seu desejo de ser índio, em um momento de ameaça de extermínio”, diz a pesquisadora. “A pesquisa foi feita em condições difíceis: uma só informante, Baheta, muito idosa, sem interlocutores reais (só os da memória, imaginados), e experimentando dificuldades de lembrar; em condições de guerra à sua cultura; uma parte da identidade estigmatizada, já voltada ao esquecimento”, diz Orlandi no livro Terra à vista. Graças às reminiscências de Baheta, foram coletados dados suficientes para comparar as listas de palavras que já se possuía e estabelecer paralelos com línguas próximas.
O processo de busca de dados sobre a língua pataxó evidencia a importância da pesquisa voltada para a
A) reconstituição da língua de um povo, por meio de dados históricos.
B) preservação da cultura de um povo, por meio do resgate de sua história oral.
C) comparação de línguas consideradas “mortas”, por meio de registros escritos.
D) catalogação do léxico de uma língua, por meio da recuperação de documentos.
E) valorização dos povos indígenas, por meio da tentativa de unificação de línguas próximas.
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